Quando
entrei naquela que é nossa ultima morada, aquela que todos nós tememos, muitos
não passam na porta, veem coisas a noite, é um lugar mal assombrado, de paz
para alguns, de silêncio para outros tantos e de despedida. Ao entrar de braços
dados com uma amiga, fiquei olhando o cortejo e tudo a volta, e a cada lapide o
que ressaltava eram os números, nas placas, foto, nome, data de nascimento e
data de morte, os que ficam no chão tem somente números e os que ficam na
gaveta somente números também, foi ai que pensei “no final somos somente
números”, pois ao final do sepultamento o coveiro grita “número tal” e nesse
momento muitos anotam o número, cada qual com uma finalidade, alguns de guardar
somente, a família na certa para saber onde visitar seus entes queridos, outros
para jogarem no bicho.
E
foi bem neste momento que o coveiro gritou “número...” que parei pra pensar que
na hora da despedida somos só número, ainda que para alguns, não termine ali,
entende? Há os que creiam em vida após a morte, em um retorno, ou até mesmo que
a morte é só do corpo e que a alma viverá em outro plano, meus caros ainda que
todos em suas crenças estejam certos, naquele momento da despedida do corpo,
passamos a ser só números. E tem uma outra questão muito importante quando
nascemos e crescemos, quando passamos a nos entender por gente, só temos
certeza de uma coisa, da morte, e não nos preparamos para ela, cada cultura
trata a morte de uma forma, mas a questão é “como eu trato a morte?” Está uma
enquete para a vida toda, creio eu, pois não paramos para planejar o enterro, o
sepultamento, nada disso, estamos sempre planejando a vida, novos afazeres,
realizações e etc, não estou falando que devemos tomar café pensando na nossa
partida, não é isso, mas que em algum momento da vida deveríamos sim planejar
ou pensar que não nascemos pra semente, que um dia iremos embora, até para
podermos viver com responsabilidade, com afeto, com amor entre as pessoas,
trilhar um bom caminho, para que na sua partida deixe saudades, deixe um
legado, deixe amigos, e leve o melhor de sua estada por aqui, para que este
número da despedida tenha um outro entendimento, para que entenda ao menos sua
missão neste plano. Vamos viver para que no final o nosso número tenha algum
sentido, que vá além de uma simples fezinha no final.
Elaine
Marcelina
Rio,
24/12/2015
2 comentários:
Sensacional! Pura verdade!faz todo o sentido!lembrei inclusive que tbm quando nascemos tbm temos um numero naquela pulseirinha do bebe que vem com numero da mae do quarto etc... muito interessante! PARABENS adorei!!
Obrigada querida.
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