Hoje
voltando de Porto Alegre, para o Rio, peguei uma dessas revistas que tem no
avião, que nunca dizem nada com nada, felicitava pelo ano novo, e fui folheando
e lá pelo meio da revista veio “embarque e desembarque”, num contexto desses de
viagem e as palavras começaram a me martelar na ideia para escrever sobre
nossos embarques e desembarques. Eu como estou com quarenta e dois anos tenho
aqueles ditados antigos que logo denunciam a idade, do tipo “não embarque em
canoa furada” e por aí vai. Esse ditado por exemplo quer dizer para tomar
cuidado com as decisões, e fui pensando nesse embarque que pode ser desde
embarcar numa canoa furada ou não, ou num ônibus, num trem, num táxi, num
avião, num romance, num livro, num filme, num pensamento, num amor, numa
religião, enfim podemos embarcar em muitas coisas, mas o embarque requer um
desembarque em dado momento, quer queira ou não queira, como tudo na vida, o
embarque é sempre o início de algo, e o desembarque o fim, o ponto final, que
pode ser satisfatório ou não, que pode ser feliz ou não, até porque finais
felizes só nos filmes e nas novelas, certo? Meu embarque foi bom, mais meu
desembarque foi de pura reflexão, a volta pra casa, rever a família, e os
conflitos diários, deixar todo o encanto da viagem para trás e voltar a
realidade, mas nem todo desembarque é ruim, as vezes é muito bom, vai depender
do destino, de quem ou o que te espera no desembarque, depende dos sonhos que
leva na mala na hora de embarcar, tudo é subjetivo demais. Podemos pensar o
seguinte vou embarcar todas as vezes que desejar, viver o percurso da viagem e
desembarcar de acordo com o contexto, sabendo que sempre teremos novos
embarques e desembarques e depende de nós como dar a partida e como
finalizá-la.
Elaine
Marcelina
Rio,
23/1/2016
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