A ideia de ouvir mulheres veio de observar a luta da minha mãe para criar cinco filhos sendo doméstica, quando eu era criança, pensava em como minha mãe conseguia fazer tudo aquilo, e depois que cresci, fui entender o universo das mulheres e principalmente das mulheres negras, pois fui embalada por mulheres negras, ouço o assovio de minha avó natalina até hoje, ela já se foi, mas me marcou e sigo seus ensinamentos até hoje e foi assim que nasceu esse projeto.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
lançamento de Cadernos Negros 42, amanhã, em São Paulo.
Amanhã estarei em São Paulo, para o lançamento de Cadernos Negros volume 42, e me sinto muito honrada em fazer parte desta edição. Quem estiver em Sampa, apareça por lá.
Elaine Marcelina
APOIE ELAINE MARCELINA ACHEGAR NA NIGÉRIA
Queridos e queridas, está também é uma opção de apoio, para quem não sabe entrar no link da vakinha, ou prefere o depósito mesmo. Às vezes me perguntam, "Elaine como poso te ajudar a chegar na Nigéria?" Existem mil formas de ajudar, basta querer, vou dar opções: não tenho grana, mas quero te ajudar (pode compartilhar em sua rede, com seus amigos e com seus familiares, certo?); quero ajudar através da vakinha, só entrar no link, vou postar novamente; quero lhe doar milhas que tenho acumuladas para te ajudar, é possível também. Quero informar que eu tenho garantida a hospedagem e não a passagem, a ajuda é para a passagem, que a partir de 9 de dezembro, terá nova rota e ser´mais barata a passagem, em torno de 900$, ou seja, em média, 4.000 reais. Eu nunca saí do Brasil, essa será minha primeira viagem internacional, tenho 46 anos, e Nigéria-Lagos, é o local do meu objeto de pesquisa, que é a família Bangbosé, local de onde nasceu Bangbosé Obitikó, hoje um ancestral saudado nos rituais de Ipade, como Essa Obitiko, ele chegou ao Brasil, em Salvador, em 1840, foi escravizado e passou a se chamar Rodolfo Manoel Martins de Andrade, em 1857, ele compra sua alforria e volta a Lagos, leva sua filha Maria Julia, lá Maria Julia, tem um filho com Eduardo Américo, o menino Felisberto Américo Sowzer, que vem para o Brasil, também para Salvador, com 9 anos de idade, volta a África algumas vezes, depois constitui família em Salvador, e dentre seus filhos, pesquisei no mestrado, Regina Topázio de Souza, conhecida como Mãe Regina Bangbosé, que vem para o Rio de Janeiro em 1957. Então para quem ainda não sabe a importância desta viagem para mim, está aí um dos motivos principais. Conto com a colaboração de todos (as), seja financeira ou compartilhando entre os seus. Elaine Marcelina
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
sexta-feira, 15 de novembro de 2019
AJUDE ELAINE MARCELINA Á CHEGAR NA NIGÉRIA.
Eu pesquiso a família Bangbosé a cerca de 10 anos, meu mestrado foi sobre a Bisneta de Bangbosé Obitikó, o primeiro membro da família a Chegar ao Brasil, em Salvador - Bahia, no ano de 1840, foi escravizado, comprou sua alforria 17 anos depois, levando sua filha maria Julia para a Nigéria, em Lagos, Maria Julia teve seu filho Felisberto Américo Sawzer, em Lagos, este veio para o Brasil, também, em Salvador, com 9 anos de idade, teve vários filhos, e dentre eles pesquisei a Yalorixá Regina De Yemanjá. Hoje pesquiso, a trajetória de Bangbosé Obtikó, ou Rodolfo Manoel Martins de Andrade, seu nome de Batismo, no Brasil. Ir a este seminário na Nigéria, falar de minha pesquisa, e ter contato direto com o local de nascimento de Bangbosé Obitikó,sempre foi um sonho para mim, e preciso do apoio de todos para transformar este sonho em realidade. Sou uma Yao de Iroko, iniciada no Axé Bangosé, pelaq Yalorixá Lina de Oxumare, neta de Mãe Regina Bangbosé. Pisar na África, é um sonho, principalmente, na Nigéria, em Lagos, terra deste ancestral, de tanta importância para o Candomblé no Brasil. Este é meu objetivo como pessoa, como Yao e como pesquisadora. Conto com a colaboração de todos, para chegar a Nigéria.
quarta-feira, 20 de março de 2019
sexta-feira, 15 de março de 2019
Espantologia Poética: Marielle em nossas vozes
Eu conheci a Marielle, nos corredores da UERJ, no início de 2017, me recebeu com aquele sorriso largo e franco dela, nos abraçamos e ela disse para eu procura-lá, por conta do Projeto Mulheres Incríveis, infelizmente por conta de minha correria e deste trágico desfecho de uma vida pautada na luta das mulheres negras e do Direitos humanos, não deu tempo. E quando recebi o convite para escrever uma poesia em homenagem a ela eu havia acabado de ler uma matéria sobre os hábitos dela ao chegar ao gabinete, abraçar e cumprimentar todos, levava Arruda e acendia pau santo e foi o que escrevi, Cheiro de pau santo, para ao menos na memória eternizar os hábitos desta grande mulher, até hoje eu não tinha tido coragem de postar. Falar da Marielle, nos remete aos tempos sombrios e brutais que estamos vivendo, dói demais, são muitos sentimentos, que não cabe aqui. Força aos Pais e a família da Mari e resistência a todas nós mulheres negras. Elaine Marcelina #Mariellepresente
Cheiro de Pau santo, por: Elaine Marcelina
Cheiro de pau-santo
O cheiro de pau-santo marcava o lugar de trabalho.
Marcava uma crença.
Marcava a força da mulher que foi arrancada de nós
Sim, arrancada de nós, mulheres pretas, favelados...
O cheiro do pau-santo vai sumir da sala 903...
Mas fica na memória de quem a rodeava.
Como seguir sem Marielle?
Como rimar a falta com o amor que ela emitia?
Como abarcar em palavras aquele mar de mulher?
Tento, não desisto, resisto, e (re)-existo diante da arruda que ela dava aos seus
E (re)-existo no cheiro do pau-santo!
Isso! O cheiro da força que ela emitia ao falar, ao andar, ao enfrentar o mundo!
Há aquele sorriso largo, tão cheio de força! E tem que existir em nós.
Como? Começa do começo, levanta, sacode a poeira, passa a mão suavemente nas lágrimas que teimam em cair, passa na casa de erva e compra um pau-santo...
Isso, siga os passos da energia dela, para bloquear a dor, a dor da falta, da saída brusca de cena, do dia em que a noite não acabou...
A noite de 14/03 não acabou. E se pudéssemos, nunca existiria...
Mas com tudo o que queremos esquecer, ela existiu. Ela existiu e pode ser ressignificada por nós, mulheres pretas, que sabemos seguir, mesmo após as dores do mundo nos mutilarem...
Mesmo quando tentam nos paralisar, nos subalternizar...
O cheiro do pau-santo
E o da arruda podem ser nosso amuleto a partir de hoje.
Esse cheiro vai deixar, de fato:
Marielle, presente!
Elaine Marcelina
Rio de Janeiro, 23/3/2018
Rio de Janeiro, 23/3/2018
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