“TRABALHANDO
NA CHUVA”
Hoje
sai cedo mesmo com o forte temporal que a cidade do Rio de Janeiro amanheceu e
enquanto esperava um amigo para eu apanhar carona por conta do temporal, vi uma
senhora com capa de chuva mexendo nas latas de lixo do condomínio, pois era uma
quarta feira, dia de coleta. Fiquei muito instigada a escrever sobre esta
mulher, fiquei ali bem uns dez minutos, contemplando aquela cena e pensando,
aqui no Rio de Janeiro quando chove as pessoas já colocam casaco, é sério, e
depois pensei em mim, não dei conta de encarar a chuva com guarda chuva e
chamei meu amigo. Aquela imagem merecia uma fotografia, pois precisamos olhar a
vida por vários ângulos, não só circundar o nosso umbigo. Aquela mulher
franzina, com as marcas da experiência marcadas não só no rosto, mas também em
seu corpo, acabou me dando uma lição, me trazendo a esta reflexão e através
deste texto os convido a pensar, nesta mulher e em tantas outras que não temem
a chuva para levar o sustento a seus lares, penso que se ela encarou a chuva
foi por precisar muito, a tenho visto em outros dias, sempre revirando aquele
contêiner enorme, acho que ela cabe até dentro dele, porém nem sabes que a vejo
como uma guerreira, dessas que temos que tirar o chapéu, temos que estender o
tapete vermelho e aplaudir de pé. Volto ao convite, olhem através da janela da
alma e descubra as guerreiras que estão a sua volta, que cruzam seu caminho
diariamente, porque aí podemos olhar para dentro de nós e fazer a pergunta que
não quer calar “cadê sua força, onde está?” Minhas queridas, temos a obrigação
de encontra-la e compartilhar, mesmo que como esta senhora, em silêncio, sem
megafone, sem redes sociais, somente fazendo, fazendo, criando, vencendo,
crescendo, superando e vivendo sempre.
Elaine
Marcelina
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