Amanheci pensando em conversar com alguém, ter um dedo de
prosa, falar sobre as coisas que afligem a minha alma, meus dias. Pensei em
ligar para várias pessoas, depois desisti, uma vez um velho amigo, o Zé, me
disse “se quiser conversar, falar da sua vida converse sozinha, pois jamais
estará sozinha”, lembrei deste conselho, sentei e resolvi escrever, dialogar
comigo e colocar pro mundo, fica menos duro, porque não vão dizer faz assim,
assim assado. Esta prosa é sobre meu cotidiano, sobre a forma de conduzir a
vida, sei que não tem uma formula, seria bom que tivesse? Não sei. As respostas
serão sempre complexas, viver é complexo demais, o que tenho que fazer hoje, o
que vou fazer amanhã, mês que vem ano que vem e aí vem o seguinte pensamento,
que tipo de vida estou levando? São tantas as cobranças, sabe parece um
turbilhão de coisas e emoções, não sei se dou conta, mas o que é dar conta?
Pergunta sem resposta? Não. Dar conta é minimamente conseguir cumprir os
compromissos, ter saúde física, mental, social. Neste momento surgiu a idéia de
que quero sempre ter algo estabelecido, como se viver tivesse uma regra, uma
norma, mas infelizmente não tem. Esta prosa esta bem subjetiva, porque buscar
objetividade na vida é dificílimo. Imaginem se eu estivesse conversando com
alguém sobre isso, está tudo tão genérico, acho que não consigo escrever ou
falar de fato o que me aflige, são muitos os questionamentos, tudo esta sendo
remexido neste momento, vida espiritual, afetiva, familiar, profissional, parece
que não me conheço, estou tão surpresa com minhas atitudes, quero tanto mudar,
o rumo da vida, da prosa e me sinto andando em círculos ou melhor, inerte, não
saio do lugar e o que seria um dedo de prosa, virou um monte de fios soltos que
tenho que finalizar, fechar, selar um a um nem que para isso eu leve a
eternidade, gaste muito papel escrevendo, riscando, reescrevendo, não importa,
o que importa é saber que não esta bom e o diálogo é a melhor opção sempre.
Elaine Marcelina
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